sábado, 26 de março de 2011

ficha limpa se fux

Eis que chega o novo ministro, com notável saber jurídico e independência, e proclama seu voto restabelecendo de pronto o estado de direito, ameaçado por lei casuística, que ameaçava deixar  fora do Congresso Nacional eminentes senhores de colarinho branco, apenas porque tinham se descuidado na manipulação do dinheiro público e alguns outros deslizes menores, nada que colocasse em risco as instituições, como tentava fazer a malfadada lei.
Que afinal fora proposta pelo povo, se aproveitando de facilidades oferecidas pela atual Constituição, que não levou em conta quanto ele pode ser inconveniente. E só fora aprovada por pressão popular, pressão esta que pode nos transformar num novo Egito, se pegar esta moda de sair linchando corruptos, sem considerar a presunção de inocência, os infindaveis recursos e as muitas instâncias que se precisa percorrer, antes que prescreva um crime.
Acredito ser bem atual a proposta de constituição feita por Capistrano de Abreu, aqui do Maranguape, quando disse de forma bem simples: 
Art. 1º - Todo brasileiro deve ter vergonha na cara.
Parágrafo único: Revogam-se as disposições em contrário.
E tenho a certeza de que um indivíduo que não possa ser admitido no serviço público, por concurso, por falta de bons antecedentes, não poderia ter o registro de candidatura aceito.
Foi dado o pontapé inicial para o sepultamento desta lei. Em 2012, vão concorrer às eleições centenas de prefeitos que tiveram sua contas desaprovadas nos TCMs, TCUs e correlatos, alegando inocência das acusações, perseguição e quejandos.
E nóis, cuma fica?

quinta-feira, 10 de março de 2011

Tem coisa...

De repente para a bateria. Param os instrumentos. E a multidão leva o samba no gogó, segurando a evolução da Escola.
O momento mágico do desfile das escolas de samba neste ano: de arrepiar!
Tem coisa que só a Mangueira faz!
Entendesse de futebol, o locutor da Globo saberia que aquele era acontecimento único, gol de placa, daqueles que obrigam o juiz a pegar a bola, entregar pro craque e encerrar a partida. Depois daquele instante, nada mais fazia sentido.
Lance digno de replay, dispensando comentários óbvios, pela força em si.
Os jurados, porém, ficam encastelados numa bolha, escutando apenas a locução da dona do desfile e certamente não tiveram noção do que estava acontecendo ali na avenida, debaixo de seus narizes. E inda teve um que tacou uma nota 9 na bateria da Mangueira, a nota mais baixa dada a qualquer bateria que tenha participado do desfile. Pode?!?
Acabava de ser reinventada a paradinha. De ser dada a ela uma nova e eletrizante dimensão. E a dona da bola lá, fazendo ouvidos de mercador, empenhada em fazer vitoriosa a escola por ela patrocinada, com um desfile belo e saboroso como um bolo de isopor.
Tem coisas que só a Mangueira faz!
Ousadia, surpresa, inovação. É isso que faz a magia do Carnaval carioca. Sempre pronto a se reinventar, como o futebol brasileiro. Seguro e irreverente como um gol de Neimar.
A bênção Cartola e Carlos Cachaça. A bênção Nélson Cavaquinho. A bênção todos os mangueirenses, que seguram a chama desta escola, a mais querida e apaixonante de todas.
Mangueira é Nação ... é Comunidade!
"Minha festa", teu samba ninguém vai calar...
(esta bela foto da comissão de frente, que trouxe o morro pra Sapucaí é de autoria de Lucíola Villela, a quem presto minha homenagem)
 
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