domingo, 19 de junho de 2011

Desenvolvimento sustentável

O conceito de desenvolvimento vigente em nosso País, desde 1500, considera apenas o crescimento econômico, aprofundando as desigualdades, excluindo e marginalizando os atores locais, considerados um magote de ignorantes, atrasados, destinados ao atropelamento pelas hiluxs da modernidade. Desprezam-se cultura, crenças, valores, saberes tradicionais, tratados como um entulho que atravanca o progresso, entendido como a substituição de sistemas tradicionais por um dito moderno. Troca-se também os atores locais, vistos como atrasados, por atores externos, que se acredita modernos. Na prática, atores externos poderosos e apoiados no Estado e atores locais desprezados pelo Estado - muitas vantagens para os primeiros e altas desvantagens para últimos.
Resultado: a economia cresce, a desigualdade aumenta, o retorno e reflexos sociais e econômicos para a região tornam-se discutíveis.
Fosse outra a visão dominante, certamente seria outra a situação de nossa agroindústria artesanal da cana de açúcar, com reflexos positivos em nossa cidade e região, particularmente na condição de seus moradores.
A partir dos anos 90, constatada a ineficácia do modelo desenvolvimentista vigente, começa-se a pensar o desenvolvimento a partir da ampliação da participação dos atores e instituições locais.
Com a ascenção do Presidente Lula ao poder surgem políticas públicas focadas nesta visão de desenvolvimento local sustentável, que encontram dificuldades em sua implementação, devido a falta de empenho dos poderes públicos locais, para quem o modelo anterior era mais vantajoso e a perda da confiança dos atores locais, escaldados pelas práticas anteriores.
O Plano Brasil sem Miséria, que busca aprofundar o alcance destas políticas, enfrentará dificuldades semelhantes. Muito apoio a ações assistencialistas, que favorecem a permanência de práticas clientelistas e falta de empenho na mobilização e organização das forças locais que conduzem a uma verdadeira mudança de padrão de vida.




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